segunda-feira, 15 de junho de 2015

A influência da mente e das emoções na saúde: uma visão da Enfermagem

Ser Enfermeira Oncológica me fez compreender o quanto a nossa mente e as nossas emoções influenciam no processo saúde e doença. Somos 100% responsáveis pela nossa saúde. A doença é uma forma que o corpo tem para comunicar nossas incertezas, inseguranças, frustrações, etc.
Cuidei de pacientes que tinham bom prognóstico, com possibilidade de 99% de cura, mas que não evoluíram a contento. Lembro-me de uma paciente portadora de câncer de ovário, com altíssima possibilidade de cura. O tratamento estava indo bem até que a paciente descobriu seu real diagnóstico. A família havia solicitado ao médico que não contasse o nome da doença para a paciente, pois ela não suportaria esta informação. O médico manteve sigilo enquanto a paciente não questionou, mas convenhamos, tratar de um câncer é diferente de outros tratamentos: a pessoa precisa se internar periodicamente, os cabelos caem, etc. A paciente questionou e a ética médica imperou, pois o paciente tem o direito da verdade. Ao saber do seu diagnóstico, a paciente evoluiu com uma arritmia cardíaca e morreu dois dias depois.
Também conheci pacientes com prognósticos fechados, que superaram as expectativas da medicina. Cuidei de um paciente com câncer de fígado, com metástases óssea e pulmonar. O tratamento seria apenas paliativo, para alívio da dor, porém, o paciente respondeu tão bem ao tratamento que o médico tentou um pouco mais, e uma outra droga, e mais outra... e ao final este paciente conseguiu “encapsular” e isolar os seus tumores, voltando a vida normal. O que este paciente tinha de diferente dos outros? Seu humor, a vontade de viver, a alegria em comemorar a cada dia mais uma chance de vencer.  
Trabalhar na oncologia me ensinou que hábitos de vida saudáveis são importantes, mas não são suficientes se não cuidarmos da nossa mente, do coração e do espírito. Leia-se aqui espírito como sinônimo de evolução, e não com conotação religiosa.
Hipócrates (460-377 a.C.), o pai da Medicina, já definia a saúde como o estado de harmonia do homem com a natureza, e o equilíbrio entre os diferentes componentes do organismo entre si. Saúde e doença dependiam de uma perfeita interação da mente com o corpo e do homem com o meio onde ele vivia.
Fazer o que gosta, ser bem resolvido nos relacionamentos, buscar o lado otimista da vida, falar sobre seus sentimentos, são alguns caminhos para a saúde. A doença pode ser o percurso para a mudança de padrões e valores que não se encaixam ao seu verdadeiro eu. Muitas pessoas precisam ficar doentes para perceberem o que estão fazendo de errado na vida e dar um basta. Não são poucas as histórias de superação e reinvenção após um longo processo patológico.
O processo da doença nem sempre é consciente do ser humano, ou melhor, quase sempre é inconsciente. Na enfermagem precisamos ser solidários não apenas no tratamento do físico, mas também influenciar a busca pela saúde emocional, mental e espiritual. Você está preparado para fazer uma enfermagem diferente?
Vamos ajudar a propagar a saúde!

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