segunda-feira, 29 de junho de 2015

A formação e a educação em Enfermagem

A educação profissional atual privilegia o ensino de técnicas e teorias procedimentais. Infelizmente, exigências de notas acima de conhecimentos, descaso com a frequência escolar, falta de paciência com colegas de classe, desrespeito com o professor, são algumas atitudes toleradas, indevidamente, nas escolas atuais.
O respeito à hierarquia e pessoas mais velhas, as exigências para o cumprimento de normas e regras, os limites, o uniforme, são algumas condutas em extinção, mas fundamentais na formação do profissional de enfermagem.
A educação permissiva e liberal praticada por muitas escolas, prejudica a aprendizagem de comportamentos compatíveis com a profissão. A enfermagem precisa respeitar, para trabalhar em equipe. A enfermagem precisa cumprir horários e escalas, pois lida com vidas. A enfermagem precisa ser pacienciosa, pois cuida de pessoas no limite da sua saúde (física, mental e emocional). A enfermagem veste um uniforme que simboliza paz, higiene e saúde, pois é isso que precisa transmitir com sua aparência e presença. A enfermagem precisa respeitar normas e regras, pois trabalha para organizações e com diversos grupos de pessoas. A enfermagem precisa de conhecimentos para saber improvisar e cuidar, independente da situação ou da doença.
Como ensinar atitudes profissionais coerentes, se não através da escola? Como ensinar posturas, se não através de exemplos?
O ensino liberal pode agradar o aluno, num primeiro momento. Porém, depois de formado, no seu dia a dia como um profissional de enfermagem, este aluno será cobrado e penalizado por atitudes que não foram ensinadas e formadas durante a sua educação.
Nós, escola, professores e educadores, precisamos contribuir para a formação integral do profissional de enfermagem. Técnicas e procedimentos podem ser treinados, mas atitudes precisam ser lapidadas dia a dia, durante toda a formação, para serem introjetadas e propagadas, durante a vida profissional.
Normas, regras, respeito, hierarquia e ordem são essenciais nos planos de formação da enfermagem. Vamos formar por inteiro hoje, para não reclamarmos da displicência e falta de comprometimento da enfermagem amanhã.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A humanização começa por você!

Em tempo de globalização e incessantes novidades tecnológicas, nunca estivemos tão carentes de humanização nos atendimentos de saúde.
Atualmente, a tecnologia se tornou fundamental para fins de diagnósticos e tratamentos de saúde, mas a máquina não basta quando precisamos prover cuidados ao ser humano. O homem até pode inventar robôs para aferir pressão e administrar medicamentos, e estamos cada vez mais próximos desta realidade virtual, mas o cuidar vai muito além disso. Cuidar é tocar, é olhar, é se importar com o outro, é ouvir suas queixas e aflições, é sentir empatia... Cuidar é mais do que técnicas e procedimentos.
A enfermagem humanizada é insubstituível! Mas porque precisamos de políticas de humanização? Será que a humanização, por si só, não está implícita no cuidar?
Percebo que na atual sociedade, nós seres humanos, estamos cada vez mais carentes de cuidados. Não nos amamos o suficiente, não priorizamos nossos desejos, poucos são os que conhecem seus verdadeiros anseios. Lidamos com as frustrações nas lojas dos shoppings, e por um tempo, pequeno é verdade, isso basta. Nossa criança interior está lá, gritando, pedindo atenção e carinho, tão quanto os pacientes sob nossos cuidados...
Ao meu ver, a humanização somente é possível quando o profissional pratica atos humanizados consigo próprio. Sabe aquela frase clichê “somente podemos dar aos outros aquilo que temos sobrando”? É isso.
Ao longo desta semana, vamos nos propor a ter atos mais humanizados conosco: vamos respeitar nossos limites sem culpa, vamos nos proporcionar mais tempo de laser e prazer, vamos investir tempo e atenção nos cuidados com o nosso corpo e nossa alma. Vamos olhar mais pra gente! Todos nós sabemos o que é certo e o que é bom, então vamos nos proporcionar o melhor!

Depois, quando o cuidar-se virar um hábito, atente-se para verificar se os cuidados que você direciona aos seus pacientes, na enfermagem, não estão mais humanizados? Faça o teste e me conte!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A influência da mente e das emoções na saúde: uma visão da Enfermagem

Ser Enfermeira Oncológica me fez compreender o quanto a nossa mente e as nossas emoções influenciam no processo saúde e doença. Somos 100% responsáveis pela nossa saúde. A doença é uma forma que o corpo tem para comunicar nossas incertezas, inseguranças, frustrações, etc.
Cuidei de pacientes que tinham bom prognóstico, com possibilidade de 99% de cura, mas que não evoluíram a contento. Lembro-me de uma paciente portadora de câncer de ovário, com altíssima possibilidade de cura. O tratamento estava indo bem até que a paciente descobriu seu real diagnóstico. A família havia solicitado ao médico que não contasse o nome da doença para a paciente, pois ela não suportaria esta informação. O médico manteve sigilo enquanto a paciente não questionou, mas convenhamos, tratar de um câncer é diferente de outros tratamentos: a pessoa precisa se internar periodicamente, os cabelos caem, etc. A paciente questionou e a ética médica imperou, pois o paciente tem o direito da verdade. Ao saber do seu diagnóstico, a paciente evoluiu com uma arritmia cardíaca e morreu dois dias depois.
Também conheci pacientes com prognósticos fechados, que superaram as expectativas da medicina. Cuidei de um paciente com câncer de fígado, com metástases óssea e pulmonar. O tratamento seria apenas paliativo, para alívio da dor, porém, o paciente respondeu tão bem ao tratamento que o médico tentou um pouco mais, e uma outra droga, e mais outra... e ao final este paciente conseguiu “encapsular” e isolar os seus tumores, voltando a vida normal. O que este paciente tinha de diferente dos outros? Seu humor, a vontade de viver, a alegria em comemorar a cada dia mais uma chance de vencer.  
Trabalhar na oncologia me ensinou que hábitos de vida saudáveis são importantes, mas não são suficientes se não cuidarmos da nossa mente, do coração e do espírito. Leia-se aqui espírito como sinônimo de evolução, e não com conotação religiosa.
Hipócrates (460-377 a.C.), o pai da Medicina, já definia a saúde como o estado de harmonia do homem com a natureza, e o equilíbrio entre os diferentes componentes do organismo entre si. Saúde e doença dependiam de uma perfeita interação da mente com o corpo e do homem com o meio onde ele vivia.
Fazer o que gosta, ser bem resolvido nos relacionamentos, buscar o lado otimista da vida, falar sobre seus sentimentos, são alguns caminhos para a saúde. A doença pode ser o percurso para a mudança de padrões e valores que não se encaixam ao seu verdadeiro eu. Muitas pessoas precisam ficar doentes para perceberem o que estão fazendo de errado na vida e dar um basta. Não são poucas as histórias de superação e reinvenção após um longo processo patológico.
O processo da doença nem sempre é consciente do ser humano, ou melhor, quase sempre é inconsciente. Na enfermagem precisamos ser solidários não apenas no tratamento do físico, mas também influenciar a busca pela saúde emocional, mental e espiritual. Você está preparado para fazer uma enfermagem diferente?
Vamos ajudar a propagar a saúde!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A vestimenta ideal para os trabalhadores da Enfermagem

Quando abordamos o tema comunicação na Enfermagem, é comum pensarmos na passagem de plantão, nas anotações realizadas nos prontuários dos pacientes, na comunicação terapêutica, na interação com a equipe de saúde, etc. Poucos relacionam a comunicação com a maneira que nos apresentamos e comportamos perante as pessoas.
Apresentar-se adequadamente é uma forma de associar a nossa imagem ao sucesso profissional. Otimize a sua imagem e você aumentará a sua credibilidade.
Seguem abaixo algumas dicas para aprimorar sua imagem pessoal e transmitir credibilidade na Enfermagem:
- Respeite as regras com relação ao uniforme instituído pela empresa. Mantenha suas roupas sempre limpas, passadas e livres de manchas. A atenção deve ser redobrada quando você trabalha com roupas brancas. Os sapatos também devem estar sempre limpos e engraxados.
- Não use roupas transparentes, com decotes, curtas e justas. Deixe este tipo de roupa para passeios, no seu horário de folga.
- Não usar blusas de alças finas. Saias e vestidos são permitidos, desde que o comprimento seja, no mínimo, na altura dos joelhos. Bermudas e shorts, nem pensar!
- Se usar roupa branca, a roupa intima deve ser cor de pele e lisa.
- Evite modismos, como pulseira da Jade, a blusa ciganinha da Babalu e a saia da Darlene.  Este tipo de vestimenta não é adequada para o trabalho, mesmo sendo adotado com grande entusiasmo pela população.
- Não usar sapatos de salto fino e sandálias, mesmo que o seu cargo seja gerencial ou administrativo. O ideal é usar salto médio a grosso e sapatos sempre fechados.
- As mulheres não devem utilizar brincos grandes, piercing, pulseiras, anéis e outras joias ou bijuterias. A discrição é a melhor forma de se apresentar quando trabalhamos na Enfermagem. Os acessórios também são contraindicados devido a facilidade de propagação de microrganismos.
- As unhas devem estar curtas, limpas e com esmalte claro, no caso das mulheres.
- Os homens devem manter a barba feita e cabelos cortados e alinhados.
- Os cabelos das mulheres devem estar penteados e presos.
- A maquiagem é indicada, mas precisa ser suave. Evite batons vermelhos e marcantes, bem como sombras coloridas.
Os profissionais da Enfermagem precisam ter consciência do que comunicam através da sua  imagem.
A comunicação é um processo complexo e multidimensional. Se deseja melhorar a forma de expor suas ideias, vista-se melhor. A vestimenta adequada transmite maior confiança para quem irá receber a sua mensagem.

Lembre-se: o sucesso profissional, num primeiro momento, é medido pela imagem que você passa.

sábado, 6 de junho de 2015

A valorização do comportamento no trabalho da Enfermagem

As empresas contratam com base na análise curricular e demitem por comportamento.
A Revista VOCÊ S.A. promoveu uma pesquisa, onde detectou que 87% das empresas afirmam demitir profissionais tecnicamente competentes, porém com comportamentos inadequados. Nos Estados Unidos, apenas 16% das demissões resultam de problemas de má performance, afirma o consultor Gutemberg de Macedo.
As empresas estão dando uma importância cada vez maior aos aspectos comportamentais dos profissionais. O perfil, as atitudes, a maneira de se relacionar e de liderar pessoas são fatores importantes para a organização decidir pela continuidade ou rompimento do contrato de trabalho.
Isso não é diferente quando analisamos o mercado de trabalho da enfermagem. É comum ouvir profissionais e estudantes reclamando da dificuldade em encontrar e se manter em um bom trabalho na área da saúde. Também é comum a queixa de grandes instituições hospitalares com relação ao perfil profissional adequado para atender e cuidar de seus clientes.
O trabalho nos hospitais e instituições de saúde exige profissionais cada vez mais qualificados, que saibam equilibrar o conhecimento e o humanismo no atendimento e cuidados direcionados ao cliente.
Foi o tempo em que a Educação Continuada visava apenas o treino técnico da equipe de enfermagem. Atualmente o setor precisa educar pessoas com foco nos valores organizacionais.
Como cuidar de outro se nem ao menos conseguimos cuidar de nós mesmos? Como parar para ouvir um paciente se tudo o que almejamos é terminar logo nossas atividades para que possamos teclar com nossos amigos virtuais? Como respeitar nosso superior hierárquico se não conseguimos respeitar nossos pais e professores? Como passar uma imagem profissional se postamos fotos desnudas abertas nas redes sociais?
De acordo com o consultor norte-americano William Bridges, quem você é como pessoa representa o modo como se empenhará no trabalho e pelo trabalho. Ou seja, o que diferencia um profissional é o ser humano que somos.
Acredito que o autoconhecimento é essencial para que possamos identificar nossos pontos fracos e saber controlar nossos impulsos pessoais, para não atrapalhar a ascensão profissional almejada.
Valores pessoais e organizacionais convergentes são sinônimos de uma relação feliz entre empregado e empregador.