segunda-feira, 27 de julho de 2015

Lidando com estresse ocupacional na Enfermagem

Na enfermagem moderna, onde o ritmo de trabalho é acelerado, a rotina é excessiva e a demanda pela qualidade do cuidado é incessante, o estresse ocupacional é cada vez mais frequente, gerando uma tendência ao comprometimento da saúde física e mental dos profissionais.
Entende-se por estresse ocupacional, a diminuição da capacidade de adaptação as exigências do ambiente de trabalho, causando o desgaste físico, emocional e psicológico do organismo. Quando recorrente, pode levar ao surgimento de doenças mentais como a depressão e transtornos da ansiedade.
A resposta ao estresse é gerada pela forma como cada pessoa percebe a situação. É sabido que fatores genéticos e ambientais também podem influenciar a percepção individual. Porém, a forma como a pessoa se coloca nas relações interpessoais e como se relaciona com o seu trabalho, pode favorecer o surgimento do estresse ocupacional.
O equilíbrio da vida biológica, psíquica e social está intimamente ligado à maneira de lidar com as demandas da vida, como a profissão, a família, o self, a identidade e com os outros. Conhecendo a importância que a percepção pessoal tem no mecanismo modulador da resposta ao estresse, seguem abaixo algumas dicas para lidar melhor com as demandas estressoras na enfermagem:
1. ORGANIZE SEU TEMPO – a fim de facilitar o cumprimento de todas as suas tarefas no tempo predestinado, faça uma lista de tudo que precisará cumprir no seu dia de trabalho. Com a lista pronta, enumere as prioridades e inicie seu trabalho a partir do que for mais urgente. Se você trabalha em uma unidade de internação hospitalar, a prioridade deve ser o atendimento das necessidades do paciente. Assim que receber o plantão, visite seus pacientes e conheça suas necessidades, procurando atender imediatamente as queixas, reclamações ou vontades. Agindo desta forma, a possibilidade do seu trabalho ser interrompido pelas ”campainhas” no decorrer do plantão será menor.
2. ESTABELEÇA METAS E OBJETIVOS PROFISSIONAIS – a capacidade de manter-se motivado na sua profissão envolve a consciência de suas qualidades, potencialidade e necessidades. Muitas frustrações acontecem pois temos a impressão que nossos esforços são maiores do que o reconhecimento pretendido. É fundamental perceber as situações difíceis como um desafio e acreditar nas qualidades e competências para ultrapassar as dificuldades. Tenha metas e saiba onde quer chegar, traçando o caminho para alcançar seus objetivos.
3. REEDUQUE SEUS HÁBITOS: PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS E ALIMENTE-SE ADEQUADAMENTE – cuidar do corpo e da saúde promove uma sensação de bem-estar e tranquilidade, ajudando-o a lidar com situações estressantes de forma mais satisfatória.
4. TENHA TEMPO PARA O LAZER – atividades que envolvam o lazer, tais como: viajar, passear, cuidar da casa, ver televisão, visitar ou sair com amigos, escutar música, entre outras, estão relacionadas à ocupação do tempo livre, não vinculado com a vida profissional. É importante utilizar o tempo livre, fora do trabalho, para fazer atividades que lhe proporcionam prazer. O relaxamento é essencial na busca de um estado de homeostase.
5. PRATIQUE A ESPIRITUALIDADE – a espiritualidade, independente da religião, está relacionada com a consciência pela vida. As pessoas espirituosas têm mais clareza da sua missão e consciência de que possuem a responsabilidade social pelo todo. A tolerância ao estresse é maior em pessoas espirituosas.
6. FAÇA UM TRATAMENTO COMPORTAMENTAL – a terapia é um importante instrumento para a redefinição de crenças e valores, e irá ajudar a lidar com as adversidades de forma assertiva e aquisição de técnicas de resolução de problemas e de manejo do tempo.
7. DESENVOLVA O ALTRUÍSMO – a generosidade e a solidariedade ajuda a expandir o bem e ficar menos centrados em nós mesmos, despertando-nos para os aspectos positivos, para os bons exemplos e proporcionando a sensação de bem-estar.
8. EQUILIBRE A VIDA PROFISSIONAL E PRIVADA – Há pessoas que face às exigências e sobrecarga de trabalho tendem a trabalhar ainda mais, agravando os sintomas de estresse. Quando sentimos que estamos prestes a atingir o limite é preferível não forçar e saber parar, assim restauramos as energias. Trabalhar em excesso muitas vezes é uma fuga de situações que não gostaríamos de enfrentar, e que por si só já causa estresse.
9. PRATIQUE A RESILIÊNCIA – ter capacidade de não perder o equilíbrio em situações adversas, encarando e resignificando os problemas, ajuda a prevenir, minimizar ou dominar os efeitos nocivos das adversidades. Quando não puder mudar uma situação, procure enxerga-la sobre outro prisma e adeque-se.
10. FAÇA A GESTÃO DOS SENTIMENTOS – reconheça os sentimentos negativos e pessimistas, como o medo, o egoísmo, a raiva, entre outros, e procure transmuta-los. As emoções positivas trazem efeitos benéficos, tanto nos aspectos sociais como na própria saúde. Entenda as condições adversas da vida como uma condição para o seu amadurecimento.
11. ESTEJA PRÓXIMO DE PESSOAS OTIMISTAS E ALEGRES - necessitamos das pessoas para sermos felizes, pois as relações positivas geram felicidade e bem-estar. Temos a necessidade de compartilhar nossas emoções e experiências, e quando compartilhadas com pessoas realizadas, a chance de enxergarmos a solução, ao invés dos problemas, é muito maior.
12. SEJA UM ANTÍDOTO DAS CONSEQUÊNCIAS DO ESTRESSE: ESTIMULE AS VIRTUDES HUMANAS – desenvolva a coragem, o otimismo, habilidade interpessoal, ética no trabalho, esperança, honestidade e perseverança. Grande parte da tarefa da prevenção do estresse ocupacional será estimular as competências humanas.

E lembre-se: todas as dicas anteriores dependem de um único fator: você!



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